O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, disse nesta terça-feira, durante seu comparecimento semestral ao Congresso, que a frágil economia americana enfrenta "várias dificuldades".

Bernanke se referiu à grande pressão sobre os mercados financeiros, às maiores taxas de desemprego e aos problemas do setor hipotecário. O dirigente destacou que essa combinação de fatores freou o ritmo de crescimento da principal economia do mundo durante a primeira metade deste ano e impulsionou em alta as taxas de inflação.

Bernanke disse que os atuais desafios trazem riscos adicionais tanto para o crescimento quanto para a inflação. Destacou, nesse sentido, que as possibilidades de um maior aquecimento inflacionário "se intensificaram ultimamente", devido aos maiores preços da energia e ao encarecimento de outras matérias-primas. O presidente do Fed qualificou de "inusualmente incerto" o panorama inflacionário.

— Avaliar de forma correta e equilibrar os riscos para o crescimento e a inflação representam um desafio significativo para os responsáveis da política monetária — disse.

Bernanke insistiu em que a principal prioridade do banco central continuará sendo "ajudar os mercados financeiros a voltar a funcionar com normalidade". Apesar dessa declaração de intenções, o discurso do presidente do Fed pareceu aumentar os temores de Wall Street, cujos principais índices de referência registravam perdas superiores a 1% após o discurso.

As declarações de Bernanke acontecem apenas dois dias depois de o Fed e o Departamento do Tesouro anunciarem um plano de resgate para os dois gigantes hipotecários Fannie Mae e Freddie Mac.

As ações das duas companhias voltaram a registrar perdas hoje na Bolsa de Nova York, junto com a maioria dos valores de empresas financeiras cotados no pregão. Além disso, o dólar registrou hoje novos mínimos frente ao euro, com negociação por volta de 1,6037 euro por dólar.